De maneira geral, as pessoas desconhecem ou têm uma vaga noção sobre o que é a inflação. Um estudo feito pela Paraná Pesquisas com 2,5 mil participantes em todo o país, revelou que 88% dos entrevistados disseram saber o que é inflação, porém, cerca 66,4% não sabem dizer em que patamar se encontra a inflação acumulada nos últimos 12 meses.
Você lê sobre inflação e IPCA e não sabe o que significa ou como é feita? Você tem reajustes de contratos pelo IGPM e não tem ideia do que ele significa? Este conteúdo explica os segredos por trás da inflação para que você entenda facilmente como é feita e como impacta na sua vida financeira.
O que é IPCA?
O IPCA é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, feito mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e é o índice oficial do governo. São pesquisadores do IBGE que vão a dezenas de milhares de locais de compra e coletam cerca de 600 mil preços entre 10 regiões metropolitanas e 6 cidades das cinco regiões do Brasil. E não é só nos supermercados que os pesquisadores vão não.
O IPCA é formado por nove grupos, sendo coletadas informações do comércio e de serviços. São eles:
🍎Alimentos e bebidas
🏠Habitação
🪑Artigos de residência
👚Vestuário
🚌Transportes
🧼Saúde e cuidados pessoais
💰Despesas Pessoais
📗Educação
📱Comunicação
Para cada um deles, há centenas de itens que os pesquisadores coletam os preços mensalmente. Por exemplo, em Saúde e cuidados pessoais, são observados os preços de planos de saúde, médicos e até produtos para cabelos e desodorantes.
Ou seja, a inflação é uma média de milhares de itens de consumo do brasileiro. E evidentemente, as famílias brasileiras gastam muito mais nos supermercados do que com roupas, por exemplo. Por isso, cada um desses grupos têm um peso específico de acordo com o tamanho dos gastos.
Portanto, o IPCA é o índice que melhor capta o dia a dia das famílias brasileiras – abrangendo faixas salariais de 1 até 40 salários-mínimos.
O que é IGPM?
O Índice Geral de Preços do Mercado é elaborado pela Fundação Getúlio Vargas e, da mesma forma que o IPCA, tem uma história longa de décadas. Foi criado para captar a evolução dos preços em etapas distintas do processo produtivo.
Embora o nome dê a entender que são coletas de preços ao consumidor como o IPCA, a estrutura do IGPM é bem diferente. Ele é uma ponderação de três outros indicadores:
- O Índice de Preços ao Produtor Amplo – IPA que possui um peso de 60%
- O Índice de Preços ao Consumidor – IPC, com peso de 30%
- E os 10% restantes do Índice Nacional do Custo da Construção – INCC.
A maior parte do IGPM é composta por preços no atacado, na agropecuária e na indústria. Como em grande parte são commodities, produtos negociados internacionalmente, o câmbio tem influência no resultado do índice. Para ficar mais claro com o exemplo atual: a soja foi uma das várias commodities que teve seu preço aumentado no mercado internacional. Mesmo sendo plantada e vendida parte dentro do Brasil, a sua referência de preço é o internacional.
E entre 2020 e 2021, o real se desvalorizou frente ao dólar, cerca de 35%, o que contribuiu para aumentar o preço na venda. O câmbio atinge de outra forma, nas importações. Como acontece nos setores da indústria de fabricação de materiais eletrônicos, de informáticas nos quais as partes e peças são compradas do exterior.
O IPCA retrata mais a realidade da população em geral, pois a ponderação é de acordo com o perfil de consumo do brasileiro.
O IGPM tem uma ligação com os preços de diversas áreas, empresas do agronegócio, indústria, comércio e construção civil.
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Até o próximo conteúdo!